“Do latim per agros,
pelos campos. Significa uma jornada realizada por um devoto a um lugar
sagrado.” Lendo isso, em uma mídia eletrônica, me confronto com verdades
essências. Caminhar pelos campos em direção ao que é sagrado. Naturalmente, ao
pensarmos em “lugar”, temos a tendência mecanicista de direcionar nossa mente a
um local, com sua coordenadas nesse tempo e espaço. Todas as religiões trazem
esse modelo de “vivencia’’ a seus adeptos como uma forma de mudança de lugar.
Ou deixar o profano para ir de encontro ao sagrado. E nós, ao menos a maioria, ainda precisamos de um local em tempo e espaço, tangível, que revele nossas
expectativas do que é sagrado.
Mas, no fundo de tudo isso surge a pergunta, o que é
sagrado?
Para que se “caminhe pelos campos” é preciso um mínimo de
sacrifício. O sacrifício, não desejando exagerar nas etimologias, significa basicamente sacro- oficio, ou o trabalho pelo sagrado. Caminhar em direção do
que é sagrado, trabalhar pelo que é sagrado. Me pergunto se não fazemos isso
todos os dias, sem perceber? Ao levantarmos para trabalhar, estamos indo em
direção (caminhando) para o salário do final do mês, ou a comissão, ou a boa
venda que irá gerar lucros e isso tudo porque há algo maior, como o cuidado
individual (o sagrado direito de existir), o cuidado com a família (sagrado
familiar) e para com nossa sociedade
( sagrado das relações interpessoais).
Estamos envoltos em situações simples, que trazem uma conotação fortemente
esotérica, sem que percebamos. O sagrado é muito mais do que as coisas de
Olorum, o imanifesto, ou talvez todas essas estejam interpenetradas, sem que
percebamos. Os aprendizados individuais, familiares e sociais possibilitam
nossa ascensão, ou não, na roda evolutiva. E qual outra coisa desejamos, ao
buscar o sagrado, através do sacrifício, senão encontrar a evolução financeira
(individual), afetiva (familiar e amorosa) e social (inter-relações que tragam
paz)? Todas essas buscas relacionadas nos levam a um encontro com a
espiritualidade. Quem seria feliz em meio a pobreza extrema? Quem encontraria
Olorum na tristeza de um lar desfeito? Quem vive em paz em relacionamentos
desassossegados?
Por isso peregrinamos pela vida, muitas vezes sem medir
os sacrifício que fazemos. Então, porque não peregrinar por algo bom e
proveitoso?
Porém, nessa peregrinação, como nas peregrinações da vida o que é indispensável é a coragem para a caminhada. Essa coragem ou você tem, ou arruma para si mesmo inúmeras desculpas....
Nesse domingo, dia 10 de Novembro teremos, para os filhos
e afiliados do Templo, a 1º Peregrinação aos Caminhos de Aram kaá, um local SAGRADO, onde os sacrifício é colocado para
obtenção de nossa paz e de todos os que amamos. Esse Local, com coordenadas físicas, nos traz inúmeras possibilidades. Além de uma situação física, pretende nos trazer o conforto da natureza divina.
Não iremos “andando”, porém,
nossa intenção ao ir até esse espaço, “pelos campos”, conquistado pelo Tempo, é
que nossas forças se renovem, para que tenhamos nossos caminhos repletos de
sabores, sons e pessoas que nos façam felizes.
A todos os que irão nessa
Peregrinação, meu desejo de que os campos em que caminharem sejam repletos de flores e as pedras não se façam presentes...
Rigoberto Franceschi, Dirigente do Templo Guerreiros da Luz e Templo de campo "Caminhos de Aram Kaá".